quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Plσc! A bσlhα sє rσmpє.

Voava livre, solta, sem rumo. Transparente. Em seu interior a mesma essência do ambiente externo. Nada, era composta de nada, mas não era vazia, tinha forma. Contudo, sua graça dependia da luz. Iluminada era linda, repleta de contrastes e cheia de brilho. No escuro não seria notada. Continuava voando. O próprio ar a conduzia, como se a segurasse por entre as mãos. Caso tivesse mãos. Mas havia um problema: a bolha de sabão não podia tocar ninguém. Era triste, solitária, quase infeliz. Ela não pediu para ser linda, queria mesmo ser macia para que todos a tocassem. Queira sentir seu corpo sendo apertado, quase esmagado por um abraço. Queria ser esbofeteada, socada. Queria ser lambida, beijada. E de tanto querer tocar alguém, não resistiu ao desejo e veio em direção ao meu rosto. Ploc! Ploc! Não sei se foi dor ou prazer, mas foi sua última palavra.

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